Um instrumento que vem ganhando muito destaque nos últimos tempos é o Ukulele. Saiba mais sobre este instrumento que é pequeno no tamanho, mas gigante em beleza musical.
Com design leve e compacto, o ukulele tem sonoridade peculiar, e se assemelha a um cavaquinho. Muitas pessoas acreditam que o ukulele é um instrumento típico havaiano, o que não é verdade. Derivado de outros instrumentos europeus como a braguinha, machete e o rajão, foi trazido por marinheiros ao Havaí em meados do século XIX, onde foi oficialmente batizado. O seu antecessor, o cavaquinho, já existia há muito tempo e já era exportado da Ilha da Madeira para o continente americano.
O primeiro instrumento chegou ao Havaí no ano de 1879, a bordo do navio Ravenscrag, vindo diretamente da Ilha da Madeira, Portugal, trazendo importações de madeira. Duas semanas após o desembarque, o jornal local reportava que “Madeirenses recém-chegados têm encantado a população com concertos noturnos de rua, com uma música doce, feita num instrumento que é uma mistura de violão e banjo”.
Aproveitando o impacto positivo da novidade, os portugueses Manuel Nunes, José do Espírito Santo e Augusto Dias, marceneiros e músicos que estavam no navio, resolveram então produzir e comercializar o instrumento, utilizando a madeira disponível nas ilhas, a Koa. Porém, a Koa dava ao instrumento uma sonoridade original, que com o passar dos anos foi se “modificando” até chegar ao som que conhecemos hoje. Foi por essa brilhante ideia que os três portugueses foram reconhecidos como “os pais do ukulele”.
O som do instrumento logo encantou o rei havaiano Kalakawa, que solicitava concertos com frequência aos seus súditos. Diz a lenda que havia um assistente do rei que tocava o tal “violão português” de maneira muito ágil, e como seu apelido era “ukulele”, que significa “pulga saltitante” em havaiano, o instrumento acabou sendo batizado com esse nome.
Rapidamente o ukulele se tornou tão popular no arquipélago, que ao perceber que o Havaí estava recebendo muitos missionários europeus com a intenção de evangelizar e implementar a cultura europeia aos nativos, o rei Kalakawa passou a usar o instrumento nas cerimônias reais, acompanhando a música tradicional da ilha, a “Hula”, valorizando assim, a cultura local.
A popularidade do instrumento explodiu entre os anos de 1915 e 1920, quando os fabricantes viram a oportunidade que ele oferecia, passando a fabricá-lo também em Nova York. O ukulele foi se modernizando, surgiram os modelos soprano e tenor, além de padrões diferentes de cores. A alta demanda fez com que a produção aumentasse, o que ocasionou a baixa dos preços, e com isso muitas pessoas tinham acesso, especialmente aquelas que queriam um instrumento mais acessível para iniciar no mundo da música.
O auge do instrumento foi em 1950, quando a economia americana trouxe a produção em massa de produtos feitos de plástico, e o ukulele era perfeito para ser vendido em quantidade. Percebendo a oportunidade, o fabricante de guitarras Maccaferri lançou no mercado uma série de ukuleles feitos de plástico. Com isso, grandes artistas da época começaram a usá-lo. Nas décadas de 60 e 70, o uso do ukulele diminuiu bastante, devido ao surgimento do rock e da popularização da guitarra elétrica. Porém, ele nunca deixou de ser admirado por muitas pessoas ao redor do mundo, como por exemplo, o guitarrista dos Beatles, George Harrisson.
No Brasil, o ukulele ficou muito conhecido especialmente por causa do saudoso cantor Israel Kanakawiwo, que tocou no clipe da música “Somewhere Over the Rainbow”, um dos maiores sucessos mundiais com o instrumento. Vários brasileiros também o utilizaram em seus repertórios, entre eles: a Banda Beirut, Marisa Monte e Mallu Magalhães.
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